Esse ódio compartilhado por algumas pessoas nas redes
sociais, adjetivando com toda e qualquer tipo de palavra a presidenta do país,
bem como as agressões aos milhares de eleitores que votaram, com convicção, em
Dilma faz com que cheguemos até neste momento envoltos em algo muito perigoso e
com tendência ao fascismo. Chama-se ódio.
Tudo isso nutrido pela incapacidade do diálogo, da convivência
em democracia e insuflados por todos aqueles que não conseguem conviver num
país cada vez mais inclusivo para os que mais necessitam.
Exatamente isso. O ódio que tenho visto aqui tem a ver com
um turbilhão de factoides que só fazem inibir o bom diálogo e resumir tudo a
ataques.
Quando argumento com textos, dados, ou falo de inclusão,
políticas voltadas ao social e uma presidência que não abre mão dessa posição
inclusiva, chegam os insultos inflados, repletos de termos preconceituosos. E,
mais que isso, termos xenófobos, que resumem tudo a uma ou duas palavras, no
máximo um parágrafo.
Por exemplo, qual é o motivo de escrever em redes sociais
"vaca", sistematicamente, referindo-se a presidenta da nação?
Significa o quê? Qual é o argumento – me refiro a ideias,
pensamentos, lógicas? Qual o raciocínio nisso?
Reitero, é ódio - criado e realimentado no segundo turno
e no pós eleição - que te faz faltar com educação. É machismo travestido de indignação. Talvez
nem tu que escreves te dê por conta disso.
Reflito algo com quem se posiciona assim. Com todas as
pessoas que tem escrito constantemente a palavra “vaca”. Como tu poderás cobrar
na escola ou em casa quando, num ato sistemático, teu filho comece a chamar a
mãe, a professora, a avó, a tia, a irmã, a vizinha de “vaca”?
Quando questionado ele te dirá: mas tu dizes sempre isso.
Ainda sobre educação, ou melhor, naquilo que só vale para
os outros. Como desejas educação no trabalho, no trânsito, no dia a dia, na
convivência com outra pessoa? Já que tu demonstras exatamente o contrário e
sintetizas tudo em “vaca”.
Veja além. Sim, veja bem além. Outras vistas são
necessárias. Procures nas fontes ao compartilhar textos, pois saibas que
existem blogs e sites que nem existem; procures saber realmente os dados dos
programas sociais e como estão transformando os cidadãos e o país; e procure te
informar sobre quem esteve e está por trás de algumas manifestações e verás que
resumir tudo a “vaca” é uma prova cabal do não argumento, da falta de
informação.
Agora, se para ti tudo se resume a ódio e, esse, em
ofensa, então realmente não sei o que almejas para o Brasil.