sábado, 29 de agosto de 2015

Não significa nada o que escrevo sobre a Kiss

Nos últimos dias, diante de absurdos que li e vejo, escrevo novamente sobre o tema da tragédia da boate Kiss, ocorrida na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de janeiro de 2013. Sim, relembro local e a data. Sem negar.

Se tu achas que isso é fazer aumentar a dor dos pais, familiares e sobreviventes. Se pensas que isso é falar de algo que faz chorar e que mexe com a dor alheia, então vou te dizer que o que escrevo ou falo não é nada, absolutamente nada, se comparado a dor da perda desses pais. É óbvio que faz chorar, lembra o dia, a dor, a perda. Mas não me venha com teu egoísmo disfarçado de não podermos mais tocar no assunto, pois causa tristeza. Sim, causa tristeza. Mas também causa reflexão, questionamentos e a busca para que nunca mais ocorra.

É em função de pensares apenas em ti que faz com que não queiras mais tratar do tema, não desejas mais fazer caminhadas por esses pais, não te unas a causa da busca da verdade e da justiça. Não dissimules teu exacerbado individualismo.

Como disseram-me vários pais. Não queremos vingança, isso não trará nossos filhos de volta. Buscamos a justiça sendo feita em seus diferentes graus de culpabilidade, como comentou-me outro pai. Ou seja, o real entendimento do que aconteceu, sem cometer injustiças. A generosidade do entendimento vem dos pais. Não vem da sociedade. Que inversão de valores! Parem com a hipocrisia e vejam os fatos reais. Esses pais, familiares e sobreviventes estão sendo esquecidos por que tu não queres ver a realidade escancarada na tua cara.

Outra coisa. Parem com essa falácia de que o tema faz a cidade de Santa Maria regredir. Isso tem outro nome: covardia.

Santa Maria vai continuar sendo a Cidade Universitária, Cidade Cultura, Cidade Coração do Rio Grande do Sul e tantos outros codinomes que a marcam para sempre. Mas também será lembrada como a cidade da tragédia da boate Kiss. Negar essa realidade é negar os fatos. Negar é tudo o que tem de pior em qualquer situação.

Nesse caso o que está havendo é que, por vários motivos, sejam eles interesses de qualquer natureza somados a um inacreditável egoísmo de uma parte da cidade, todos estão virando de costas para esses pais. É muito sórdido, como disse-me um pai. Querem jogar a gente para baixo do tapete, como falou-me uma mãe.

Esses pais merecem respeito. Vale para todos nós. Fazer uma homenagem vez por outra, ficar triste em frente a TV quando falam do assunto, eu compreendo, aceito. Mas o que temos de fazer de verdade é abraçar esses pais. É lhes estender a mão. É tentar fazer com que tenham um pouco de paz.

Já refletistes que eles nunca receberam um pedido de desculpas. Sim, um pedido de desculpas por tudo o que de pior poderia ter acontecido em suas vidas.

Uma vez minha mãe disse-me que perder um filho é a completa inversão da ordem natural das coisas. Do fluxo da vida. Essa frase me acompanha faz algum tempo.

Entrevistei pais e sobreviventes próximo de um ano depois da tragédia, para co-dirigir com o Paulo Nascimento o documentário Janeiro 27 e, passados mais de dois anos, realizamos novas entrevistas para termos uma ideia mais ampla de suas opiniões, indagações e reflexões. A cada depoimento, te asseguro a sensação dolorosa da equipe. A exata dimensão de não poder reverter o fato. Mas isso, perto do que aqueles pais sentem, não significa nada. É muito egoísmo de minha parte falar de tudo o que a equipe vivenciou.

Diante do que ouvimos e vimos nas feições daqueles pais, nosso sentimento não é nada. Não existe termo de comparação.

Entrevistei pais a um metro de seus rostos, de suas lágrimas, de suas incompreensões, de suas buscas. O que vi é doloroso, chega a ser dolorido, tamanha a tensão de registrar aqueles depoimentos. Muito difícil descrever. No entanto, em grau nenhum pode ser comparado a dor daqueles pais e de todos os pais envolvidos nesse massacre.

Tragédias são evitáveis, como disse-me um pai. Todas. Se houve é porque vários erros absurdos aconteceram para chegarmos àquela terrível madrugada. Por esses pais e por tudo que falo com eles, nos comprometemos a fazer com que esse documentário realmente cumpra seu maior objetivo: que todos reflitam e que busquemos insistentemente para que não caia no esquecimento.

Passados dois anos e alguns meses vejo pessoas escrevendo e dizendo para esquecer! Como assim? Esquecer, negar, manipular o sentimento da perda não é permitido. Isso tem outras adjetivações que certamente passam longe daquilo que os seres humanos podem ter de digno em relação ao outro.

Pare com a balela de tentar tirar o foco da situação. Por que não tornar Santa Maria uma cidade exemplo de prevenção, como sugerem os pais?

Se alguém escreve ou diz algo defendendo os pais – reitero, defendendo os pais! - sua busca por verdades, por tentar entender o que aconteceu, parece surreal, mas já vem uma patrulha de pessoas dizendo que estão se aproveitando da dor alheia. Que inversão de valores. Os únicos que podem solicitar qualquer coisa nessa história são exatamente os pais.

Respeite suas buscas, suas reivindicações e manifestações. Pare de cercear o que tem de mais sagrado na paternidade que é o amor incondicional.

Então, se tu não queres fazer nada, eu respeito. Mas não venha atingir os outros com a insignificância de apenas negar. Passados mais de dois anos, já cessam os medicamentos aos sobreviventes, num auxílio que deveria ser municipal, estadual e federal e que deveria durar, em minha opinião, o quanto fosse necessário. Uma força tarefa da dignidade.

Eu aplaudo quando vejo alguém tentando auxiliar esses pais. Vejo coragem nisso. Vejo humanidade. Pois essa causa parece ter cada vez menos pessoas, fora pais, sobreviventes e familiares. Portanto, se alguém os ouve e tenta lhes prestar auxílio tem meu total respeito.

Se tivesse direito a um pedido permito-me: apoie os pais e suas reivindicações. Lhes dê um forte abraço. Isso pode fazer toda a diferença.

Luiz Alberto Cassol
Co-Diretor do documentário Janeiro 27
Artigo divulgado originalmente, em 21 de agosto de 2015, no site do jornalista Claudemir Pereira.
E, em 26 de agosto, na Jornal On Line Sul 21.

http://www.sul21.com.br/jornal/nao-significa-nada-o-que-escrevo-sobre-a-kiss-por-luiz-alberto-cassol/

segunda-feira, 9 de março de 2015

Vaca

Esse ódio compartilhado por algumas pessoas nas redes sociais, adjetivando com toda e qualquer tipo de palavra a presidenta do país, bem como as agressões aos milhares de eleitores que votaram, com convicção, em Dilma faz com que cheguemos até neste momento envoltos em algo muito perigoso e com tendência ao fascismo. Chama-se ódio.

Tudo isso nutrido pela incapacidade do diálogo, da convivência em democracia e insuflados por todos aqueles que não conseguem conviver num país cada vez mais inclusivo para os que mais necessitam.

Exatamente isso. O ódio que tenho visto aqui tem a ver com um turbilhão de factoides que só fazem inibir o bom diálogo e resumir tudo a ataques.

Quando argumento com textos, dados, ou falo de inclusão, políticas voltadas ao social e uma presidência que não abre mão dessa posição inclusiva, chegam os insultos inflados, repletos de termos preconceituosos. E, mais que isso, termos xenófobos, que resumem tudo a uma ou duas palavras, no máximo um parágrafo.

Por exemplo, qual é o motivo de escrever em redes sociais "vaca", sistematicamente, referindo-se a presidenta da nação?  

Significa o quê? Qual é o argumento – me refiro a ideias, pensamentos, lógicas? Qual o raciocínio nisso?

Reitero, é ódio - criado e realimentado no segundo turno e no pós eleição - que te faz faltar com educação.  É machismo travestido de indignação. Talvez nem tu que escreves te dê por conta disso. 

Reflito algo com quem se posiciona assim. Com todas as pessoas que tem escrito constantemente a palavra “vaca”. Como tu poderás cobrar na escola ou em casa quando, num ato sistemático, teu filho comece a chamar a mãe, a professora, a avó, a tia, a irmã, a vizinha de “vaca”? 

Quando questionado ele te dirá: mas tu dizes sempre isso.

Ainda sobre educação, ou melhor, naquilo que só vale para os outros. Como desejas educação no trabalho, no trânsito, no dia a dia, na convivência com outra pessoa? Já que tu demonstras exatamente o contrário e sintetizas tudo em “vaca”.

Veja além. Sim, veja bem além. Outras vistas são necessárias. Procures nas fontes ao compartilhar textos, pois saibas que existem blogs e sites que nem existem; procures saber realmente os dados dos programas sociais e como estão transformando os cidadãos e o país; e procure te informar sobre quem esteve e está por trás de algumas manifestações e verás que resumir tudo a “vaca” é uma prova cabal do não argumento, da falta de informação.


Agora, se para ti tudo se resume a ódio e, esse, em ofensa, então realmente não sei o que almejas para o Brasil. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cinemas: a Cidade Cultura requer. Não é aceita recusa

Artigos são para emitir opinião. O resto é balão de ensaio.  Parece óbvio como sempre digo. Não é. Tem coisas que é preciso que sejam repetidas. O último artigo que escrevi, aqui neste espaço, surtiu muitas controvérsias e pessoas tentando pautá-lo. Pois é. Artigos são escritos exatamente para matutar sobre. E o contraditório é necessário e bem-vindo.

Vamos ao tema desse artigo.

Sou um defensor de cinemas de calçada. Acho um cinema de calçada poético, sensível e com tez própria. Cinemas de calçada ou de rua são aqueles que tu entras direto da calçada à sala. Então, uma cidade como Santa Maria merece ter um cinema de calçada. Assim como tem vários Cineclubes, faz jus ao seu romântico e fiel cinema de calçada.  E, da mesma forma, também sua população não pode ser privada de outras opções, como os cinemas de shopping, por exemplo.

O fechamento das salas da Movie Arte Cinemas no Santa Maria Shopping é uma perda irreparável para a cidade. Não interessa se um dia, um mês ou um ano. O raciocínio que faço aqui é bastante objetivo: como fica o espaço temporal onde uma comunidade fica sem a opção de ir ao cinema, sendo essa uma opção de um filme voltado ao entretenimento ou à reflexão?

Vou fazer um exercício prático e lógico. Vamos reduzir hipoteticamente a cidade a cinco quarteirões no entorno do Shopping citado. Essa população está privada de ir ao cinema. E quanto isso vale em termos psicológicos, históricos e culturais para esses cidadãos. Refiro-me ao “não poder optar”. No caso do fechamento das salas não há opção. Essas pessoas a que me ative estão sem alternativa. Não se trata da parte desse público que vai ou não; se trata que nenhuma parte desse público poderá ir. E isso não tem valor. São indivíduos ceifados da possibilidade de ir.

Por isso defendo que a administração do Santa Maria Shopping deveria ter feito todo o esforço para a manutenção desse espaço cultural. Tentar de todas as formas possíveis e imagináveis fazer com que os espaços ficassem lá.

O jogo dos grandes distribuidores é muito pesado. Vou resumir ao máximo como acontece o negócio. Os grandes distribuidores – usando um número hipotético – distribuem cem filmes de longa-metragem ao ano. Desses, dez, os chamados blockbusters, 99% americanos, vão sustentar a bilheteria dos outros noventa.  E esses grupos de distribuidores fortíssimos no mercado ofertam seus filmes a grandes grupos exibidores. E aí os menores, como no caso da Movie Arte, muitas vezes ficam a mercê desse escala devassadora. É bom lembrar sempre que a indústria do entretenimento (cinema e audiovisual juntos) é a segunda maior indústria americana, perdendo apenas para a do armamento.

Então, é nessa hora que o Santa Maria Shopping e a comunidade devem se unir exatamente para não deixar fechar mais essa opção. Pois com divulgação e trabalho conjuntos o cinema se torna viável.  Caso contrário temos um paradigma: o da perda da possibilidade de ir a um lugar que se deseja para ver um filme e refletir, sorrir, ambos, o que for. Perde-se. E, ao aniquilar isso, no espaço e no tempo fica como algo que não existe na rotina, no cotidiano, na opção.

A administração do Santa Maria Shopping tem que entender que a cultura é pulsante, é vibrante e é um bem intransferível, intransponível.  “Entendo” que uma empresa privada tenha como principal objetivo o lucro. Mas também sei de sua responsabilidade social para com a comunidade onde está inserida. E a cultura integra e é fundamental ao desenvolvimento dessa comunidade.

Espero que isso seja revertido. Que a Movie Arte Cinemas consiga novamente seu espaço em Santa Maria. A Cidade Cultura merece. Ou melhor: a Cidade Cultura requer!

Luiz Alberto Cassol
02 de dezembro de 2014

Janela sobre a memória

Um refúgio?
Uma barriga?
Um abrigo onde se esconder quando estiver se afogando na chuva, ou sendo quebrado pelo frio, ou sendo revirado pelo vento?
Temos um esplêndido passado pela frente?
Para os navegantes com desejo de vento, a memória é um porto de partida.

(Trecho de "As Palavras Andantes" de Eduardo Galeano)

domingo, 30 de novembro de 2014

Uma das letras mais lindas da música brasileira

Vambora - Por trás da Canção (Adriana Calcanhoto)
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
"Dentro da noite veloz"
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
"Na cinza das horas"

Leite Derramado



Ler ou reler o Chico Buarque por meio da obra “Leite Derramado” lançada em 2009 é uma sensação única. Lá se vão cinco e as palavras estão todas aqui. Se percebe um escritor com o domínio total de sua língua mãe. Uma escrita que flui naturalmente num monólogo de um senhor que no leito de morte conta/brinca/fala/diz sobre – simplesmente - duas décadas de nossa história brasileira. 

A visão do Chico Buarque em seu romance não é nada otimista – característica de suas outras obras - e pode até te incomodar. Mas não tira o sabor da palavra lida. A sutileza do sarcasmo. E definitivamente a provocação do escritor. Sigo a leitura do Leite Derramado. 

Em tempo: continuo defendendo “Estorvo” seu primeiro romance lançado em 1991 que resultou no também complexo e genial filme, de mesmo nome, dirigido pelo cineasta Ruy Guerra.

Obs: Ambos foram lançados pela Companhia das Letras.

Bloomsday na Santa Maria da Boca do Monte, RS, Brasil

O amigo e colega de Conselho da CESMA, Aguinaldo Medici Severino, organiza mais uma edição do Bloomsday, no Coração do Rio Grande. 16 de junho. Vamos lá.


(Luiz Alberto Cassol / publicado em junho de 2008)

domingo, 23 de novembro de 2014

Bradaram por todos os direitos e agora não defendem o principal: a Democracia!

(Publicado originalmente no site do jornalista Claudemir Pereira - www.claudemirpereira.com.br) 

Ficar no muro pode ser cômodo. Mas às vezes tu podes cair para um lado nada tranquilo, ideologicamente falando. Não. Não me refiro em um lado partidário. Escrevo sobre a ideologia de vida. Que é estar do mesmo lado desses seres raivosos e sem noção que pedem o retorno do regime militar e berram contra regiões do país.

Ficar vendo a vida passar e não tomar posição pode ser interessante para muitos. Mas, tem seu preço. Tem gente que fica no muro a vida inteira. Sobre qualquer assunto. Muita gente até tem opinião, mas prefere não tornar público. Discordo, mas respeito. Acho que cada um age da forma que julgar melhor. Outros se posicionam.

Nas eleições isso ficou muito transparente. Houve quem continuou no confortável murão e aconteceu de quem se mostrou. Tiveram posicionamentos mais exacerbados, outros menos. Eu defendi meu voto em Tarso e Dilma todo o tempo. O fiz com veemência, mas não faltei com o respeito a ninguém. E foi assim que agi com quem pensava o contrário.

Abre parêntese. Não sei se é natural, mas foi assim nessas eleições. Ficou evidente, só o fato de ter um lado fez com que muitos desfizessem as amizades virtuais ou reais. Se por um lado amizades foram desfeitas, por outro lado revelou quem não tolera ver a opinião contrária. Então é melhor desfazer a amizade do que agredir com todo o tipo de xingamento que se possa imaginar ter de ler.  Daí cabe a cada um tomar a decisão que supor necessária. De manter, ou não, a amizade nas redes sociais e na vida real.

Tive uma atitude na eleição. Postei o que julguei necessário em minha linha do tempo e não escrevi em postagens de outros que eram pró Aécio. Achei que seria um caminho certo. Hoje, tenho absoluta certeza que foi. Para ficar na eleição presidencial e no segundo turno, eu e milhares escolhemos a Dilma, e muitos outros, Aécio. Confesso que algumas pessoas que escolheram Aécio me surpreenderam, pois imaginava que pensassem de outra forma. No entanto, nosso respeito mútuo fez com que aceitássemos as postagens uns dos outros. Não ficando no famoso muro citado no início desse artigo. Fecha parêntese.

Depois da eleição um fato me incomoda muito nessas últimas semanas. Nas redes sociais durante o primeiro e o segundo turnos das eleições, teve gente se posicionando pelos direitos humanos, por benfeitorias sociais, pelo meio ambiente, por menos corrupção, mais saúde, mais educação e por aí vai.  Aliás, por tudo aquilo que a maioria de nós deseja.

Então, veio a contagem de votos e a presidenta Dilma se reelegeu para o regozijo de milhares de brasileiros e brasileiras. E, após eleita, democraticamente passa a ser a governante do Brasil. Isso é a democracia.

Após isso, começou uma enxurrada de mensagens repletas de ódio e preconceito aos nordestinos postados nas redes e em manifestações pontuais nas ruas.

Em paralelo, alguns seres humanos pedindo a volta do regime militar. Fomos capazes de ver em uma matéria televisiva a insanidade de um homem erguendo um cartaz pedindo “intervenção militar” e, logo atrás, uma mulher segurando outro cartaz onde estava escrito “quero dizer o que penso”. É a cena mais patética que vi numa tela de televisão. Num regime militar não tem “o que penso”. Tem o que eles pensam e cumpra-se!

Então, volto a minha análise: a maior parcela – grifo que não estou dizendo todos - que votou na Dilma se posicionou contra esses atos.

Pois bem, para minha surpresa, muitos que votaram no Aécio e que escreviam nas redes sociais, ou seja, tinham posição, agora não escreveram uma linha sequer contra isso. Grifo muitos, não todos. Não sei se ficaram sem graça, se foi o fato de o candidato ter sido derrotado. Realmente não sei.  Não! Não me tire para fiscal. É fato. Em minha percepção muitas pessoas que votaram no Aécio não pactuam com tais postagens raivosas, e penso que não se sintam a vontade para agora escrever.  Talvez o motivo que tangencie essa postura é ser adverso a quem venceu a eleição. Todavia se Dilma venceu no voto, na urna e na democracia porque os eleitores de Aécio não se revelam contra esses atos tristes, lamentáveis e senis?

Penso que o velho e bom muro foi a escolha de muita gente. Como falei no início cada um se comporta em uma eleição como quiser, eu respeito. O que não consigo entender é porque não houve uma enxurrada de pessoas pró Aécio que tivessem dito não a esses atos xenófobos e contra a democracia. 
Quero reiterar: os mesmos que se situaram nas redes sociais na época da eleição.

Acompanhei pessoas que bradaram por todos os direitos, mas que agora, de forma lamentável, não buscam defender o principal: a Democracia!!!


Luiz Alberto Cassol

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Impossível

A noite ficou enorme
Neste poema pequenino,
Como ficava, faz tempo,
O meu barco de papel
Nos meus olhos de menino.
Tornou-se longa e deserta
Como se fosse um caminho,
Onde gritei o seu nome
Sem poder fazer a rima
De você com o meu carinho.


(Prado Veppo - Obra Completa - 
Pedro Brum Santos e Vitor Biasoli - Org.)



terça-feira, 18 de novembro de 2014

Expo Lixo - Humor Consciente

Mais uma baita iniciativa do Máucio e do grupo que faz o Cartucho somado ao pessaol do Grupo da Estação e ao Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria. O humor dos cartunistas de Santa Maria e de outros pagos já nos permite momentos únicos pelo Cartucho - Encontro de Cartunistas Gaúchos. Somado a isso é motivo de aplausos a reflexão proposta por esta Exposição do convite ao lado. Dá-lhe!




















(Luiz Alberto Cassol / junho de 2009)